João Pessoa, 31 de março de 2012 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O bispo de 26 anos, homossexual e fundador da Igreja Evangélica Inclusiva do Brasil, diz por que decidiu abrir em Porto Alegre um templo que aceita partidários de qualquer preferência sexual. Em conversa com o jornalista Anderson Zambom, da Folha.com, o religioso garanter que ser gay não é pecado e afirma que a muitos pastores estão passando o ensinamento errado.
Confira a conversa
Por que o senhor decidiu abrir sua própria igreja?
Porque, na denominação que eu frequentava, ser gay é motivo de piada. Para os pastores, a homossexualidade é um grande pecado. Então, criei um espaço inclusivo e sem preconceitos para que gays como eu possam expressar sua fé.
Quando o senhor resolveu assumir que era gay?
Na adolescência, tive várias namoradas. Os pastores até me pressionavam para que eu casasse. Mas, aos 19 anos, tive meu primeiro namorado e vi que não dava mais para viver com máscaras.
Explique como é a sua igreja.
Ela é pentecostal e segue o Evangelho. A diferença é que é aberta a todos e abriga quem é excluído por causa de sua sexualidade. Mas não será um gueto gay. Famílias e heterossexuais são bem-vindos.
Como foi o primeiro culto?
Vieram umas cinquenta pessoas. Acho que é só uma questão de tempo para a frequência crescer.
Afinal, ser gay é pecado?
A Bíblia não fala de condenação à homossexualidade, e Deus não faz distinção entre as pessoas. O problema é que pastores fundamentalistas passam os ensinamentos errados. É evidente que ser gay não é pecado.
VOTO DO RELATOR - 23/04/2025